"Era oportuno renovar-me, abrir portas e avançar. Vou fazer 67 anos em abril. Acho que é preciso olhar para o futuro. Este é o momento", confidenciou Madiot numa entrevista conjunta com Thierry Cornec ao diário desportivo L'Équipe e à AFP.
Na prática, quem fundou em 1997 La Française des Jeux, que se tornou FDJ.fr e depois Groupama-FDJ, após uma carreira rica como ciclista, "larga o guiador" para assumir o cargo de "presidente da estrutura", uma transição que será oficializada administrativamente em abril, mas que já está em curso.
"O Marc vai continuar a contribuir para o desenvolvimento com os parceiros e será também o garante dos valores da equipa", explicou o seu sucessor, que chegou como diretor geral adjunto em junho de 2024.
"O Thierry assume toda a vertente desportiva e torna-se manager geral da equipa. O operacional será o Thierry", sublinhou Madiot, que continuará "claro" a ir "regularmente" às corridas, mas agora mais como embaixador.
"A minha ambição, diz o bicampeão da Paris-Roubaix (1985 e 1991), é que a equipa sobreviva a mim. Se puder ajudar noutras áreas que não a desportiva, fico satisfeito. A equipa é o meu segundo filho. Amo-a, ainda quero cuidar dela, mas sei que está a crescer e que já atingiu a maioridade, que precisa de voar."
Este afastamento, que se junta às saídas de outros dirigentes históricos como Patrick Lefevere, Vincent Lavenu ou em breve Jean-René Bernaudeau, representa uma viragem num desporto em que os líderes foram historicamente antigos ciclistas.
Um a um, estão a ser substituídos por perfis mais tecnológicos, gestores de empresas acima de tudo, como é o caso de Thierry Cornec, 53 anos, responsável de vendas e diretor durante 22 anos na fornecedora de equipamento Mavic, e depois diretor geral do fabricante de bicicletas Lapierre.
"Os perfis que trabalharam em empresas foram formados para lidar com diferentes partes interessadas, para não funcionarem apenas com base na emoção", considerou Cornec.
