Dardos: Gawlas regressa ao Mundial, mas sem grande expectativas

Gawlas terá novamente motivos para sorrir
Gawlas terá novamente motivos para sorrirBSR AGENCY, BSR Agency / Alamy / Profimedia

Quando Adam Gawlas (23) subiu pela primeira vez ao palco do Alexandra Palace, em Londres, ainda com 20 anos e como um novato, eliminou o antigo campeão Richie Burnett. Depois, acabou por cair na segunda ronda após um duelo com Ryan Searle, mas o seu nome ficou bem gravado no mundo das setas. Três anos depois, está de regresso. Sabe o que são altos e baixos. E, no regresso ao grande palco, será recebido por Gerwyn Price (45). Uma verdadeira lenda e campeão do mundo em 2021.

No Ally Pally, Gawlas já esteve por duas vezes. Há três anos, estreou-se no Mundial e logo à primeira conseguiu chegar à segunda ronda. Antes disso, tinha disputado a final do campeonato mundial de juniores em 2019 frente a Keane Barry. O regresso este ano ao palco mais emblemático é para ele uma verdadeira recompensa. Volta ao convívio dos melhores depois de um período afastado do circuito profissional, durante o qual trabalhou como montador.

Num quadro tão competitivo, mantém-se como a última esperança checa. Karel Sedláček foi eliminado já no sábado por um Wessel Nijman dos Países Baixos em grande forma.

- Como se sente ao perceber para onde está a voltar depois de tantos anos?

- Claro que estou entusiasmado. Trouxe a minha irmã e também o amigo que me apresentou às setas. E, naturalmente, a minha namorada. Por isso, vai ser especial, vamos passar o Natal no Ally Pally. Além disso, correu tudo bem, temos dois dias para Londres. Chegámos um dia antes, de manhã cedo, por isso há tempo suficiente para nos instalarmos e ainda dar uma volta pela cidade. Está a ser ótimo."

- De qualquer forma, o sorteio não foi propriamente o melhor, já que na terça-feira à noite vai defrontar Gerwyn Price no palco. Podia ter sido melhor, ou acredita que pode surpreender?

- Acho que não podia escolher, por isso aceito bem. Não me incomoda e acredito em mim. Não é, de todo, um adversário contra quem vá ganhar nove jogos em dez. Mas talvez em dois de dez seja possível. Depende de como me sentir. Se as setas começarem a cair e conseguir fechar em alta, posso até castigá-lo. Vão ser boas partidas e em todos os grandes torneios há sempre surpresas. Por isso, acredito que pode acontecer alguma coisa. E se o jogo estiver aberto, vou tentar aproveitar.

- Este ano, o Mundial conta com 128 jogadores. O que mudou neste torneio em relação aos anos anteriores?

- Sem dúvida que é diferente, antes os melhores entravam logo na segunda ronda e agora têm de passar por uma prova complicada. Mas também aumentaram os prémios monetários. Por isso, é vantajoso até para quem só joga a primeira ronda. O valor é igual ao que se recebia antes por chegar à segunda ronda."

- Pertence à geração mais jovem que tenta afastar os veteranos. Price é 22 anos mais velho do que você. Nota que há cada vez mais jovens e com muito talento junto ao alvo?

- É verdade que, quando comecei nas setas, dominavam os mais velhos, jogadores na casa dos quarenta ou cinquenta anos. Mas quanto mais o desporto aparece na televisão, mais atrai caras novas. É um desporto fascinante à primeira vista. E os jovens querem mesmo trabalhar para evoluir, por isso não é de admirar.

- Também se deve ao facto de terem como referência o Littler?

- Sem dúvida que ajudou muito. Embora ache que o Littler nem treina assim tanto, tem um talento natural incrível. Mas certamente vão surgir cada vez mais talentos. Os jovens querem ter o mesmo sucesso. Por isso, sim, o desporto está a evoluir e acredito que nos próximos anos vamos ter muitas razões para sorrir."

E quanto ao seu futuro? Na última época não teve carta profissional e esteve ausente do grande circuito. E admitiu que teve de começar a trabalhar…

- A carta pode ser conquistada no Mundial, penso que ao chegar à 4.ª ou 5.ª ronda. Mas é algo muito incerto (risos). Mas conto ir novamente à Q-school no início de janeiro. E como terminei este ano em 11.º na Development Tour, devo entrar diretamente na final stage e não preciso de jogar a fase de qualificação.

- Acredita que pode regressar?

- Pode ser uma vantagem não ter de fazer o maratona de três dias como os outros na qualificação, porque a Q-school é mesmo muito exigente. Por isso, vou esforçar-me, quero preparar-me bem. Já fiz uma pausa antes do Mundial e, depois do início do novo ano, quero voltar a dar tudo.

Siga o duelo entre Gerwyn Price e Adam Gawlas