Os Leopardos garantiram o seu lugar no play-off intercontinental de março depois de superarem a Nigéria por 4-3 nas grandes penalidades, na final dos playoffs da CAF do mês passado, disputada em Marrocos.
A equipa orientada por Sebastien Desabre vai agora defrontar o vencedor do duelo entre Nova Caledónia e Jamaica, com o vencedor a juntar-se ao Grupo K, juntamente com Portugal, Usbequistão e Colômbia.
No entanto, a federação nigeriana afirmou ter apresentado formalmente uma queixa ao organismo que tutela o futebol, contestando a elegibilidade de vários jogadores da RD Congo que, alegadamente, mudaram de nacionalidade sem a devida autorização.
"Há jogadores que obtiveram o seu passaporte em apenas dois ou três meses. Para nós, isso constitui uma violação desse regulamento e foi por isso que apresentámos a queixa", afirmou o secretário-geral da NFF, Sanusi Mohammed, à comunicação social.
"A lei congolesa diz que não se pode ter dupla nacionalidade. O Wan-Bissaka tem passaporte europeu e havia muitos outros com passaportes europeus. Alguns com passaportes franceses, outros com passaportes neerlandeses. As regras são muito claras. Não podemos dizer mais nada neste momento, mas já apresentámos a nossa queixa", reforçou.
"O regulamento da FIFA estabelece que, tendo passaporte do país, o jogador é elegível, mas a nossa posição é que a FIFA foi enganada ao autorizar esses jogadores. Com base no que foi apresentado à FIFA, foi com esses dados que a FIFA os autorizou, mas consideramos que houve fraude. É tudo", rematou.

Segundo apurou o Flashscore, pelo menos nove jogadores foram sinalizados como inelegíveis, incluindo Aaron Wan-Bissaka, Axel Tuanzebe e Arthur Masuaku.
Os Camarões já tinham levantado preocupações semelhantes relativamente a jogadores nascidos na Europa a representar a RD Congo, mas os congoleses rejeitaram as acusações por as considerarem infundadas.
Agora, a queixa da Nigéria pode desencadear uma revisão que poderá ter consequências de grande impacto nas aspirações dos Leopardos ao Mundial.
Entretanto, a Federação Congolesa de Futebol (FECOFA) rejeitou o protesto da NFF, classificando-o como uma tentativa de alcançar o sucesso pela porta do cavalo e acusando a Nigéria de ser mau perdedor.
De acordo com a legislação da RD Congo, a dupla cidadania não é, em geral, reconhecida, o que significa que jogadores que possuem ou possuíram recentemente passaportes estrangeiros podem, tecnicamente, não ser elegíveis para representar o país.

