Treinador Filipe Luís opina sobre a polémica dos relvados artificiais

Filipe Luís viu de perto transformação dos relvados na LaLiga
Filipe Luís viu de perto transformação dos relvados na LaLigaBuda Mendes / Getty Images South America / Getty Images via AFP

Depois da goleada de 5-0, este sábado, sobre o Maricá, em duelo da última ronda da fase de qualificação do Campeonato Carioca, o técnico Filipe Luís, do Flamengo, também deu a sua opinião sobre a polémica do futebol brasileiro sobre o uso de relvados artificiais.

O contextou ganhou força nos últimos dias quando Neymar, Thiago Silva e outra referências do futebol brasileiro se manifestaram contra os sintéticos, deixando claro que preferem atuar em campos de relva natural. 

O treinador Abel Ferreira, do Palmeiras, enalteceu o movimento dos jogadores e deu sua opinião, garantindo preferir os campos naturais, situação que foi acompanhada pelo técnico do Flamengo.

Para Filipe Luís, o cenário ideal é que todos os jogos aconteçam em relvados naturais, situação que tem perdido força no futebol brasileiro com clubes adotando o piso sintético, caso de Botafogo, Athletico Paranaense e Atlético Mineiro.

Para isso, um processo é fundamental: regulação. "O que a gente precisa é regulamentar e fazer um alto investimento no relvado, aí sim vai ficar bom para todos. Em Espanha, joguei em relvados péssimos, até chegar um presidente da LaLiga e obrigar todos a colocarem um bom relvado. Os clubes têm de resolver, correndo o risco de serem multados", afirmou.

Passos lentos

O ex-lateral reclamou das várias desculpas que permeiam o futebol brasileiro e impedem o cenário de evoluir, perdendo espaço na hora de vender o produto para fora do país.

"Tem de haver multas se o campo não estiver bom, tem de ser uma exigência. O que mais vejo no Brasil são desculpas, pelo clima e outras coisas. Na Arábia, faz um calor de 50 graus e o relvado é um tapete. É investimento. O que eu vejo também é que tem muita gente a falar, mas poucas pessoas têm coragem de bater de frente e fazer acontecer. O Brasil cresce a passos lentos porque falta gente que tome essas decisões", criticou. 

Filipe, que treinou as camadas jovens do Flamengo, também lembrou da situação crítica de muitos relvados onde acontecem os jogos das formações sub-17 e sub-20. "Não adianta elaborar um plano de jogo para atuar num relvado onde a bola não anda. Nesse cenário, é melhor jogar no sintético mesmo", cravou.