Acompanhe aqui as incidências e o relato da partida
Apesar de uma ligeira quebra nas últimas semanas, que resultou na primeira derrota da temporada e no risco de perder pontos em Moreira de Cónegos, o FC Porto entrou para esta ronda como líder isolado da Liga Portugal, mas tem pela frente uma espécie de penúltimo teste à capacidade da equipa de Francesco Farioli.
O SC Braga já travou o campeão Sporting em Alvalade, com um empate nos minutos finais, e procura roubar pontos ao FC Porto que atestem o crescimento da equipa de Carlos Vicens, de regresso às vitórias na última jornada da Liga Portugal, com uma goleada diante do Casa Pia.
Nesse sentido, o FC Porto - SC Braga, cada vez mais um clássico do nosso futebol, surge como uma espécie de derradeiro teste para os dois conjuntos.

Estabilidade chegou à Liga Portugal
Líder da fase de liga da Liga Europa, à frente de clubes como o FC Porto, por exemplo, o SC Braga estava a desiludir na Liga Portugal. A equipa arsenalista passou seis jornadas sem saber o que é vencer para o campeonato, o que deitou por terra qualquer candidatura a um inédito título. A má fase pesou e os minhotos deslocam-se ao Dragão a largos 12 pontos da liderança e com várias equipas à sua frente.
No entanto, a equipa de Carlos Vicens já mostrou capacidade para superar os testes mais exigentes, vacilando naqueles que, à partida, parecem mais acessíveis, como o empate caseiro frente ao AFS, aos dias de hoje ainda o único ponto conquistado pela equipa da Vila das Aves.

Além do ponto conquistado em Alvalade e das vitórias frente a Feyenoord e Celtic para a Liga Europa, destacam-se as exibições da equipa de Carlos Vicens, cada vez mais cimentada numa mentalidade pressionante e com protagonistas a assumirem finalmente essa responsabilidade.
Ricardo Horta chega ao Dragão na melhor fase da temporada, com cinco golos marcados, e tem feito uma dupla cada vez melhor com Rodrigo Zalazar. O uruguaio, máximo goleador dos arsenalistas (sete tentos), gosta de se mostrar em jogos grandes e promete ser um foco de ameaça às hostes portistas.
Para regressar aos bons resultados, o SC Braga tem contado com uma estabilidade defensiva que faltou em épocas anteriores. Os arsenalistas chegam ao Dragão depois de sofrerem apenas um golo (diante do Sporting) nos últimos seis encontros para todas as competições.
Hornicek é, cada vez mais, uma verdadeira muralha da Pedreira e tem tido à sua frente uma dupla que revela cada vez melhor entendimento. Arrey-Mbi mostrou, nos últimos jogos, um nível que ainda não tinha conseguido apresentar desde que chegou a Portugal, enquanto o parceiro Lagerbielke é o exemplo perfeito da forma de defender do SC Braga devido à sua capacidade de antecipação.

Além da afirmação de algumas das personagens principais, Carlos Vicens tem vindo a tirar cada vez mais frutos da profundidade do seu plantel, tendo já utilizado um total de 31 jogadores esta temporada e fazendo render, aos poucos, jogadores como Pau Victor, que bisou na Taça da Liga e pode ser uma das surpresas no Dragão, onde vai regressar o veterano João Moutinho. Aos 39 anos, o médio é o 6.º jogador com mais minutos do plantel bracarense, à frente de nomes como Horta ou Zalazar.
Último teste antes da tranquilidade teórica
Após seis jogos sem perder, o SC Braga procura ameaçar a liderança do líder invicto da Liga Portugal, num teste que servirá como uma espécie de meia-final de uma fase delicada para o FC Porto.
Os dragões podem não apresentar o mesmo fulgor da fase inicial da temporada, mas a receção ao SC Braga e a deslocação que se segue a Famalicão encerram uma era de jogos exigentes para os dragões que antecede partidas teoricamente mais acessíveis, diante de adversários da metade inferior da tabela.

Invictos no campeonato, algo que apenas o Bayern Munique consegue nas principais ligas europeias, os azuis e brancos têm andado muito perto da perfeição na Liga.
Melhor defesa da prova, com apenas dois golos sofridos, sendo um deles um autogolo, e segundo melhor ataque, apenas atrás do Sporting, o FC Porto atravessa uma fase de sonho, especialmente se recordarmos a época passada, mas eis que, ao fim de quase três meses de temporada, começam a surgir as primeiras questões a Farioli.

Será que Borja Sainz e Pepê justificam a titularidade indiscutível, especialmente devido às dificuldades do primeiro contra blocos baixos? Como contrariar o bloqueio que os adversários começam a fazer a Alan Varela na primeira fase de construção? Deve o rendimento de Samu começar a ser debatido, tendo em conta o impacto cada vez mais positivo de Deniz Gül e o regresso próximo de Luuk de Jong? Será que a falta de rotação começa a afetar o plantel e o rendimento de jogadores como Froholdt?
Nos últimos encontros, Francesco Farioli começou a dar sinais de querer dar resposta a várias destas questões. Seja pela crescente influência de Kiwior no processo de construção, evidente com o Moreirense, seja pela procura de mais criatividade, com o recurso frequente a jogadores como Rodrigo Mora e William Gomes, que parecem arranhar a titularidade semana após semana, mas continuam a começar no banco de suplentes.

Nem todas as questões terão resposta na partida frente ao SC Braga, mas depois de defrontar Sporting e Benfica, um triunfo diante dos arsenalistas pode servir como a prova que faltava para considerar os dragões, líderes desde a jornada 4, como os grandes candidatos ao título nacional.

