Theo Hernández abre o livro: "Enquanto certas pessoas lá estiverem, não volto ao AC Milan"

Theo Hernández, lateral francês do Al Hilal
Theo Hernández, lateral francês do Al HilalABDULLAH AHMED / GETTY IMAGES EUROPE / GETTY IMAGES VIA AFP

Da saída turbulenta do AC Milan à estrela do Al Hilal: Theo Hernández falou sobre os dirigentes, os adeptos, os colegas de equipa e o seu presente na Arábia Saudita, pronto para conquistar títulos sob o comando de Simone Inzaghi.

Theo Hernández parece ter deixado para trás a sua saída traumática do AC Milan, superando esse capítulo e, numa entrevista à Gazzetta dello Sport, deu a entender que está pronto para recomeçar.

"A minha prioridade era ficar. Merecia um tratamento melhor. Não estava à espera. Alguns colegas incentivaram-me a ficar, mas quando um dirigente te liga e diz 'se ficares aqui, ficas fora do plantel', o que posso eu fazer? Procuro outra solução", afirmou.

Hoje, o lateral francês destaca-se como uma das estrelas do Al Hilal orientado por Simone Inzaghi.

"Disse-me: 'Vamos ganhar juntos?'. Sei que no Inter lhe chamavam 'demónio'. Em campo é uma pessoa, fora dele é outra: um verdadeiro gentleman. Às vezes faz-me algumas piadas sobre o facto de, no ano passado, lhe ter tirado a Supertaça aqui em Riade, mas também a equipa técnica recorda-me os dérbis ou os duelos com o Dumfries", assumiu Theo Hernández.

Os números de Theo Hernández
Os números de Theo HernándezFlashscore

Encontro com os antigos colegas em Riade

"Sim, vi-os antes do jogo com o Nápoles. Quando saí, não consegui abraçá-los a todos como queria. Lamento que tenham perdido. Disse 'bem jogado' ao Bartesaghi, que merece tudo, e abracei o Modric, com quem joguei em Madrid. Um génio: está noutro patamar", referiu Theo Hernández.

"Os dirigentes? Allegri, Tare e Ibra. O Furlani não apareceu. Quando cheguei estavam o Massara, o Boban e o Maldini, o meu ídolo. O Ibra é de topo, mas depois do Paolo tudo mudou para pior. Tirando o Ibra, sente-se a falta de milanismo", acrescentou.

Maldini

"O dia em que me ligou para nos encontrarmos foi o mais feliz da minha vida desportiva. Veio ter comigo a Ibiza e conversámos à frente de uma laranja. Não queria acreditar. Se me tornei quem sou, e também o defesa do AC Milan com mais golos, devo-o a ele. Ainda hoje mantemos contacto. A camisola dele com dedicatória emociona-me: 'Theo, o meu digno sucessor'", recordou o defesa francês.

Interesse do Como

"O meu agente nunca me falou disso. Diziam que eu tinha pedido valores exorbitantes para renovar, que estava a forçar a saída... tudo mentira", confessou.

As críticas dos adeptos

"Magoou-me muito. Sei que cometi erros, como as expulsões frente à Fiorentina ou ao Feyenoord, mas somos humanos. Não estava bem mentalmente e podia ter feito melhor, mas os adeptos sabem quem foi o Theo no AC Milan", afirmou o francês.

Maignan

"Está numa situação parecida com a minha, e também não acabou bem", referiu em relação ao guarda-redes francês.

Regressar?

"Agora quero ganhar aqui. Mas enquanto certas pessoas lá estiverem, não volto", garantiu Theo Hernández.