A derrota foi frente aos Nerazzurri, uma das equipas mais completas da Serie A e um dos principais candidatos ao Scudetto. Não foi um resultado surpreendente e, de qualquer forma, tem pouco peso, tendo em conta as vitórias importantes que o antecederam. Esses triunfos foram em jogos diretos e decisivos, do tipo que podem ser fundamentais na luta pela manutenção.
A influência do treinador foi notória desde o início: sem dúvida, ser orientado por uma figura como o antigo capitão da Roma traz algo mais. Credibilidade, carisma e respeito são naturais para De Rossi. É uma verdadeira referência do futebol mundial e muitos dos jogadores que agora treina cresceram a vê-lo jogar, tanto pela Roma como pela seleção italiana.
Apesar disso, é importante evitar discursos fáceis; não existe varinha mágica, nem milagres instantâneos. A única magia em que De Rossi acredita é o trabalho: desde cedo até tarde, dedica-se a encontrar soluções para os muitos desafios que a equipa enfrenta.
Aumentar a moral
Foi isso que fez na Roma, onde conseguiu excelentes resultados antes de ser dispensado de forma ainda hoje difícil de explicar, e que parece injusta. Agora, está a repetir o feito no Génova, onde já conquistou os adeptos e o plantel, com os jogadores dispostos a dar tudo por ele.
A sua passagem pelo banco do Génova ainda é curta e é cedo para tirar conclusões definitivas, mas os efeitos já se fazem notar: a equipa voltou a desfrutar do futebol, algo que muitas vezes é dado como garantido por quem assiste das bancadas ou pela televisão, mas que está longe de ser trivial. A Fiorentina é um bom exemplo de contraste. Ali, os jogadores parecem sobrecarregados pelas dificuldades. Os jogos começam a parecer últimas oportunidades, a tensão aumenta e os sorrisos desaparecem.
A verdade é que só se joga bom futebol quando os jogadores se sentem bem, quando se divertem, quando o grupo está saudável e o treinador conquistou a confiança do balneário. É precisamente isso que está a acontecer no Génova com De Rossi. O técnico romano deu um novo impulso à equipa. O ritmo é mais elevado, o futebol tornou-se mais agressivo e vários jogadores parecem renascidos graças ao seu trabalho.
Planos para janeiro
O caminho ainda é longo, o plantel vai precisar de reforços na janela de transferências de janeiro, o que não será fácil para um clube que luta pela permanência (Pisilli é um dos nomes associados ao Génova). No entanto, ter alguém como De Rossi, capaz de ligar pessoalmente aos jogadores e convencê-los do projeto, pode fazer toda a diferença.
Dois jogadores em particular beneficiaram com a sua chegada: Colombo e o português Vitinha. Colombo começa finalmente a justificar a confiança de quem sempre acreditou no seu potencial. Vitinha, por sua vez, mostra pormenores de grande qualidade, mesmo que a regularidade continue a ser o seu principal desafio. O efeito De Rossi é evidente, e Vitinha é quase sempre o jogador mais perigoso do Génova em campo.
O sistema 3-5-2 que De Rossi está a implementar parece encaixar perfeitamente nas características do plantel e este é mais um dos seus pontos fortes. Na Roma, as suas melhores exibições como treinador foram com um 4-3-3, mas no Génova está a adaptar-se aos jogadores que tem e os resultados estão a aparecer. Além dos pontos, essenciais para evitar a descida à Serie B, o Génova precisa também de valorizar jogadores que possam ser vendidos no futuro para reinvestir em jovens talentos.
Génova fez a escolha certa
A decisão de confiar em De Rossi está a dar frutos e os adeptos do Génova esperam que este caminho continue. No banco da Roma, demonstrou inteligência tática, atenção ao detalhe e ideias interessantes: o verdadeiro teste será manter este nível frente a equipas com menos qualidade técnica, onde os jogos podem complicar-se de formas diferentes.
Para já, o seu impacto no Génova tem sido claramente positivo. Os próximos jogos serão exigentes, mas De Rossi e os seus jogadores encaram-nos sem receio. Independentemente das preferências clubísticas, é verdadeiramente refrescante ver um profissional sério, preparado e apaixonado como De Rossi a liderar uma equipa. O futebol precisa de figuras como ele.
