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O sorteio do Mundial do próximo verão nos Estados Unidos, Canadá e México surpreendeu muitos quando os Leões da Teranga souberam que iriam defrontar a França. Dez jogadores do grupo escolhido por Pape Thiaw, o novo selecionador que sucedeu a Aliou Cissé há um ano, atuam na Ligue 1 e outros sete já passaram pelo campeonato francês.
"É verdade que houve muita euforia à volta disso, por isso deixei três, quatro dias aos jogadores para viverem o momento", revelou na segunda-feira Kalidou Koulibaly, o capitão senegalês que vai disputar a sua quinta CAN em Marrocos.
"Mas depois desses quatro dias, continuou, pedi-lhes para se concentrarem na Taça das Nações Africanas. É uma das melhores, se não a mais bonita competição do mundo". Porque, antes de sonharem em imitar os seus ilustres antecessores de 2002, que derrotaram a França campeã do mundo no Mundial da Coreia do Sul e Japão, há ainda outra competição para disputar e um título para conquistar.

"Fazemos parte dos favoritos e assumimo-lo", afirmou Pape Thiaw a meio de dezembro ao anunciar a convocatória.
"Sei o que é vencer uma Taça das Nações Africanas, sei o que é jogar um Mundial, e nunca trocaria uma qualificação para o Mundial por ganhar uma Taça das Nações Africanas", acrescentou na segunda-feira o seu capitão, símbolo desta seleção versão Thiaw, que junta jogadores experientes – como Sadio Mané, a estrela da equipa – e jovens promessas como o parisiense Ibrahim Mbaye, de 17 anos, e o monegasco Lamine Camara, de 21 anos.
"O nosso objetivo é inequívoco"
Campeões de África em 2022 no Egito, mas eliminados precocemente em 2023 nos oitavos de final pela Costa do Marfim, futura vencedora, os senegaleses, segunda nação africana no ranking mundial da FIFA atrás de Marrocos, têm antes de mais de dar provas a si próprios e partilham a mesma ambição declarada que Marrocos: levantar o troféu a 18 de janeiro em Rabat, na noite da final.
"Partem para Marrocos em busca de um novo título continental. Para esta CAN, o nosso objetivo é inequívoco: conquistar uma segunda estrela", exortou o presidente Bassirou Diomaye Faye ao receber os jogadores no palácio presidencial em Dacar, dois dias antes da partida para Tânger, onde está o seu quartel-general em Marrocos.
A expectativa presidencial é partilhada por todo um povo: organizada por Pape Thiaw no Estádio Léopold-Sédar Senghor, a última sessão de treino dos Leões da Teranga antes da viagem reuniu cerca de 60.000 adeptos. "Foi algo indescritível, (...), foi algo inesquecível para nós", sublinhou Koulibaly.
"É algo que senti em 2022 quando regressámos com esse troféu ao nosso país. É uma sensação que quero voltar a viver numa noite de 18 de janeiro, 19 de janeiro, quando regressarmos a casa", acrescentou o antigo defesa do Nápoles, agora no Al-Hilal, do campeonato saudita. Só depois disso, e apenas depois, será tempo para os senegaleses sonharem com os Bleus.
