A decisão do jogador de 33 anos surge poucos dias depois de William Troost-Ekong, capitão interino dos Super Eagles, também ter colocado um ponto final na sua carreira internacional com os tricampeões africanos.
A decisão de Musa foi influenciada pela sua exclusão da convocatória da Nigéria para a Taça das Nações Africanas de 2025, que terá início em Marrocos a 21 de dezembro.
"Caros nigerianos, querida família dos Super Eagles. Após muita reflexão, decidi retirar-me do futebol internacional, colocando um ponto final em quase 15 anos com os Super Eagles", escreveu Musa numa longa publicação nas redes sociais.
"Desde a primeira chamada, vestir o verde e branco significou tudo para mim. Era apenas um jovem quando esta viagem começou. Lembro-me de ter sido chamado ao mesmo tempo para os sub-20, sub-23 e para os Super Eagles. Era novo, ainda estava a aprender e sempre a viajar, mas nunca me queixei".
"Sempre que a Nigéria chamava, comparecia. Nunca foi algo que tivesse de pensar duas vezes".
Musa destacou-se graças às suas exibições impressionantes no Kano Pillars, equipa do principal escalão nigeriano, depois de já ter representado o país nos escalões jovens.
Estreou-se pela seleção principal a 5 de setembro de 2010, com apenas 17 anos, entrando para o lugar de Mikel John Obi num jogo de qualificação para a Taça das Nações Africanas de 2012 frente a Madagáscar, em que a Nigéria venceu por 2-0.
Musa marcou o primeiro dos seus 16 golos internacionais em março de 2011, num particular frente ao Quénia.
"O futebol levou-me a muitos lugares do mundo, mas a Nigéria foi sempre casa. Disputar 111 jogos pelo meu país é algo que guardo com enorme respeito", continuou.
"Tornar-me o jogador mais internacional da história do futebol nigeriano é uma grande honra. Sempre que vestia a camisola, tinha consciência da responsabilidade que isso implicava. Dei sempre o meu melhor, independentemente de as coisas estarem a correr bem ou não, porque jogar pela Nigéria era sempre maior do que eu".
Musa serviu a Nigéria durante 15 anos e ultrapassou Vincent Enyeama e Joseph Yobo, tornando-se o futebolista mais internacional do país, com 111 internacionalizações.

O antigo avançado do Leicester City e do CSKA Moscovo teve um papel fundamental na conquista da Taça das Nações Africanas de 2013 pela Nigéria e detém ainda o registo de melhor marcador nigeriano na história do Mundial da FIFA.
"Há momentos que nunca esquecerei. Vencer a CAN em 2013 será sempre especial. A equipa mostrou o que significa jogar pela Nigéria", acrescentou.
"Marcar no Mundial, frente à Argentina e à Islândia, são memórias que levarei sempre comigo. Ter apontado quatro golos no Mundial e ser o melhor marcador da Nigéria nessa competição é algo pelo qual estou verdadeiramente grato".
"Ser capitão dos Super Eagles foi outra parte importante do meu percurso. Usar a braçadeira ensinou-me muito, sobre responsabilidade, paciência e colocar os outros em primeiro lugar".

"Nunca se tratou de mandar, mas sim de ajudar a equipa, apoiar os mais jovens e defender o símbolo. Mesmo nos momentos difíceis e perante críticas, o meu compromisso com a Nigéria nunca mudou".
"O futebol deu-me uma carreira, mas a Nigéria deu-me sentido. Aos meus colegas ao longo dos anos, aos treinadores, ao staff e aos dirigentes, obrigado por acreditarem em mim".
"Aos adeptos, em casa e no estrangeiro, nas bancadas e em frente ao ecrã, o vosso apoio significou mais do que imaginam. Ao afastar-me do futebol internacional, faço-o com paz e gratidão. Sei que dei o meu melhor. Sei que os Super Eagles vão continuar a evoluir. E sei que este laço nunca será quebrado. Uma vez Eagle, Eagle para sempre", finalizou.
