Fórmula 1: Norris é o favorito, mas Verstappen está na luta num final de época emocionante

Max Verstappen está em grande forma, mas Lando Norris tem o título ao seu alcance
Max Verstappen está em grande forma, mas Lando Norris tem o título ao seu alcancePATRICK T. FALLON / AFP

Max Verstappen procura alcançar um hat-trick de vitórias no Grande Prémio do Catar este fim de semana, numa altura em que o campeonato mundial de Fórmula 1 deste ano atinge o ponto de ebulição no Golfo Árabe.

No entanto, ele sabe melhor do que ninguém que, mesmo com a sorte do seu lado, dificilmente conseguirá recuperar os 24 pontos que o separam de Lando Norris, da McLaren, à entrada para as duas últimas provas da temporada.

Apesar de ter sido desclassificado juntamente com o colega de equipa e rival pelo título, Oscar Piastri, após terminar em segundo lugar no Grande Prémio de Las Vegas no último domingo, Norris chega ao Catar como favorito a conquistar o seu primeiro título e a garantir a primeira dobradinha de pilotos e equipas da McLaren desde o sucesso de Mika Hakkinen em 1998.

O britânico de 26 anos só precisa de manter a calma e somar mais dois pontos do que os seus adversários para sair do Catar como campeão na noite de domingo.

Dos três, Norris é o único que pode garantir o título já este fim de semana.

Depois de vencer quatro vezes consecutivas, Verstappen conta com a experiência e a mentalidade a seu favor, enquanto os nervos e a ansiedade afetam Norris e o aparentemente azarado Piastri parece perder-se à procura da forma que recentemente lhe fugiu.

Vários cenários estão em cima da mesa, mas é evidente que, com uma vantagem confortável, Norris tem a tarefa mais simples e menos motivos para arriscar tanto na corrida sprint de sábado como no Grande Prémio noturno de domingo.

Verstappen reduziu uma diferença de 104 pontos para o então líder Piastri desde o início de setembro, graças a uma impressionante sequência de resultados que deixou os adeptos da McLaren a roer as unhas e a questionar a decisão honrosa da equipa de permitir que os seus pilotos lutem entre si.

O vencedor leva tudo

Posturas desportivas deste género já trouxeram conflitos e desilusões, algo que não escapa ao chefe de equipa Andrea Stella, que tem sido claro ao afirmar que a McLaren apoiará ambos os pilotos de forma igual até que um deles esteja matematicamente fora da luta pelo título.

"Não vamos fechar a porta a ninguém, a menos que a matemática o faça por nós," afirmou ele este ano, afastando qualquer cenário de 'ordens de equipa' em favor de Piastri ou Norris.

Stella já viveu situações semelhantes, tendo sido engenheiro de corrida de Kimi Raikkonen na Ferrari em 2007, quando o finlandês conquistou o título ao superar a dupla da McLaren Fernando Alonso e Lewis Hamilton, recuperando uma desvantagem de 17 pontos com apenas duas corridas por disputar.

Foi também engenheiro de Alonso na Ferrari em 2010, quando a estratégia do bicampeão falhou na última corrida e permitiu a Sebastian Vettel, que estava a 15 pontos e era terceiro à partida, roubar o título para a Red Bull. Por isso, não se deve descartar Piastri.

Ao regressar a circuitos e condições que lhe podem ser favoráveis, ainda pode protagonizar uma exibição que o devolva à luta pelo título, num traçado rápido e fluido onde a Pirelli impôs duas paragens nas boxes devido ao elevado desgaste dos pneus.

Cada conjunto de pneus estará limitado a 25 voltas, restrição que deverá proporcionar emoção, táticas inesperadas e valorizar as decisões tomadas no muro das boxes sob pressão.

Isso pode permitir que Mercedes ou Ferrari surpreendam as previsões e provoquem resultados imprevisíveis, podendo até significar que Norris, Piastri e Verstappen cheguem a Abu Dhabi para um duelo final em que o vencedor leva tudo.